Quantos anos você tem?
Quantos anos você tem?
Essa expressão é comumente encontrada em nosso vernáculo, e amplamente difundida, até por nós mesmos. Uma pena, estamos todos errados.
Reproduzimos diariamente essa expressão e mal sabemos que dizemos uma coisa, mas que na verdade pretendíamos outra. Quanto tempo lhe resta? Esta é a verdadeira questão por trás do trivialmente difundido "Quantos anos você tem". Ora, que falta de cortesia perguntar isso! Como é que vou saber? Sei quantos eu não tenho mais, quantos já se passaram, agora, como saberei quantos me restam?
Creio que o sentido ordinariamente difundido tenha inebriado tanto o vernáculo quanto as pessoas que as usam. Todas pensam que têm muito tempo, todas têm todo tempo do mundo. Como sabem? Não, não sabem, elas acreditam, e isso é mais que necessário. Será?
Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. Para muitas pessoas estes são os medidores do nosso fugaz tempo de vida.
Para a minha pessoa, se perde muito entre estas medidas, as pessoas perdem preciosos momentos, pois, segundo elas, "há tempo demais". Ledo engano, todo ele está comprometido, com a escola, com o trabalho, com o nosso sono, com a Tv, com o trânsito, com nossas angústias, com os nossos preconceitos, intolerâncias. Com o nosso medo do medo.
Os anos passam sem dar sinal e sem deixar marcas, por isso há um equívoco em nossa mensuração cósmica, a mensuração atual contribui para o olvidamento e a subestimação de coisas que nunca deveriam ser.
Por isso proponho que nosso tempo deveria ser mensurado em olhares, abraços, sorrisos, risadas, canções, em cada valor positivo agregado ao ser humano.
Então, quantos sorrisos foram dados?